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terça-feira, 30 de março de 2010

IV Grande Prémio Atletismo - Fernão Ferro

Organizada pela União Recreativa Juventude de Fernão Ferro, com o apoio da Câmara Municipal do Seixal, Junta de Freguesia de Fernão Ferro, Zatopeques de Fernão Ferro e apoio do comércio local e empresas, realizou-se ontem, 28 de Março de 2010 uma corrida popular de inscrição gratuita que pôs na rua certamente mais de uma centena de atletas, de todas as idades, a participarem em corridas para vários escalões assim como numa caminhada sem fins competitivos.

Prova integrada no XXIII Troféu de Atletismo da C.M.Seixal e nos Jogos do Seixal 2010, no entanto com escassa informação e divulgação disponibilizada, se tivermos em conta os meios existentes nos dias de hoje, apesar de indisponíveis e portanto não utilizados, por quem se dá ao trabalho de pôr de pé uma manhã desportiva, onde se promoveu a Corrida e o exercício físico para todos.

Com taças e troféus por classificação em cada escalão, foi ainda oferecida uma t-shirt a todos os participantes, e água não faltou.

Prova em circuito fechado, praticamente com o trânsito cortado durante a totalidade das provas.

Partida e meta com insuflável, partidas e chegadas bem organizadas, speaker, pódio e cuidado, muito cuidado e esmero para com os atletas.

Uma prova muito simpática a merecer os parabéns a todos os envolvidos que a tornaram possível.

Ana Pereira

Fotos do IV Grande Prémio Atletismo - Fernão Ferro, no site da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras


A Maria e o IV Grande Prémio Atletismo - Fernão FerroA Maria está cansada. Cansada de estar cansada. Há uma luz nova que se acende. Há sempre uma luz nova por outra que se lhe apaga. Diferente e igual a toda a gente afinal, esta Maria.

Foi correr esta manhã. Prova. Levou a filha e as amigas para correr. Estava e está acompanhada. A equipa por lá estava, e o grupo funciona como todos os grupos: grupo enquanto grupo.

Tem uns ténis novos a Maria. Estrea-os hoje. Sente-se muito bem neles. Faz por estar contente como criança pequena com novo brinquedo, na esperança de fingir tão bem que até a ela se convença. Às vezes é assim, é preciso que queiramos estar ou sentir de determinada forma, e se nos convencermos disso, isso passa a ser a nossa realidade e a nossa verdade. Aconteceu isso hoje. Começa-se por fingir e acaba-se por fingir como o poeta, tão completamente que se sente o que se finge. Numa direcção ou noutra, o sentimento flui. Finge-se que se sente e acaba-se por sentir o que se começou por fingir, ou sente-se e finge-se que se finge para não darmos a perceber o que sentimos. De qualquer das formas, a energia parte sempre de nós. E a nós retorna reforçada, qualquer que seja a carga que lhe dermos.

Aqueceu com as meninas antes da prova destas. Aconselhou, motivou, incentivou. Puxou por elas desejando que a corrida lhes possa dar o que lhe dá a ela, no entanto, sem forçar. Naturalmente, sabe que nem todos podem gostar do amarelo, ou antes, o amarelo tem muitas tonalidades.
E depois correu ela. Disparatadamente como seria de esperar. Primeiros quilómetros a pouco mais de 5 min / Km, para depois quebrar como uma inexperiente. Difícil aceitar que tem de correr como pode correr, e adaptar o ritmo à condição física actual e à distância a percorrer.
Ouviu palmas, sentiu apoio, e correu. Cortou a meta, preocupou-se com os outros sem no entanto deixar de se culpar de um egoísmo que sabe inexistente. Correu para casa e quase se esquece que está de férias. Uma semana para passear, descansar, brincar, treinar, amar, divertir-se, viver... essas coisas básicas de todos os dias mas que se espera levar ao expoente máximo nas férias, o que raramente se consegue.

Cansada de escrever, deixou as palavras bailar e sentarem-se à sua própria maneira, como se tivessem vontade própria, dispondo-se em fileiras estranhas e disformes, formando sentidos opostos aos propósitos com que foram criadas e só dessa forma, permitida a sua libertação.

Não tem importância. Afinal elas, não passam de palavras...

Correu 6680 metros, em 37m36s,

média de 5:37 / Km, sendo o Km mais rápido 5:09 e o mais lento 6:17

sábado, 27 de março de 2010

Persistência precisa-se!

"Ana, Ana, minha querida e doce Ana, que tanto de doce tens como de amargura fria... tens de ter paciência e ser persistente. Tu és como uma iniciante, de nada te vale teres no currículo as melhores marcas que tens, que apesar de não serem nada, de tanto brio te enchem. Agora tens de começar a trabalhar a partir da forma inexistente que tens, minha querida. Não queiras fazer médias de 5min/km durante 2 horas como quem vai em passeio pela floresta e ainda conversa com os companheiros de viagem. Agora tens de agir com inteligência. Mais que nunca ela te é pedida a ser usada. Tens 41 anos, excesso de peso e défice de exercício físico, que se tem vindo a acumular assustadoramente há alguns anos até te ter trazido até aqui, ao dia de hoje, no estado em que estás! Uma sedentária em absoluto! Minha querida, repito, tens cabeça e sabes o que tens a fazer para melhorar essa forma e te sentires melhor, mas o principal minha querida, é a persistência. É aceitares-te como estás e trabalhares a partir desse ponto. Não desistas miúda! Por favor! Sabes bem o que isto vale!" - isto seria o que o meu grilinho (História do Pinóquio, estão a ver??) me diria se existissem grilinhos para dar voz à nossa consciência.
Grilos falantes não creio que hajam, mas a consciência essa, hoje ouvi-a bem. Clara e inequívoca.

Queria ter corrido mais. 14 ou 16 km. Queria sim! Mas simplesmente não consegui.

Costa da Caparica. Três gerações. Largada de pombos...Deixar o coração voar: ... e depois... depois... o treino:

Agradabilíssimo o local (caminho pedonal junto ao mar na Costa da Caparica) apesar de já demasiado povoado para o meu gosto. Estava tudo muito bom. Até que entro pelo areal (km 3 sensivelmente). Maré a vazar, deixando a areia molhada muito mole pelo que o meu ritmo caiu drasticamente. Avancei até perfazer 5 km e voltei. Sempre acima dos 7min o Km na areia, até voltar à estrada (km 7) onde fiz mais 2 já num ritmo menos lento apesar de ter as pernas feitas num oito!

Parei aos

9 Km com 58m07s, o que dá uma média de 6:27/Km, média esta que pouco diz, pois o treino dividiu-se entre asfalto e areia molhada, e o ritmo entre os dois tipos de piso foi abismalmente díspar, tendo sido o menos lento de 5:46 e o mais lento de 7:20, correspondendo estes últimos (houve vários na casa dos 7...) ao piso de areia molhada mas muito mole, onde os pés se enterravam e exigiam outra força que eu não tenho para manter o ritmo já de si...lento!

É preciso é calma, e... claro...Trabalho, muita persistência e trabalho. E eu estou com vontade.


notas:

Nota 1: não se impressionem com a perda de peso desta 1ª semana de "Juízo"; na primeira semana perde-se mais em líquidos e toxinas do que propriamente em gordura. É como uma desintoxicação do corpo. Vão ver que para a próxima já perco menos, não significando isso que em gordura (que é o que quero perder) vá perder menos

Nota 2: Eu como. E como bem! E não pensem que é sempre peixe cozido e legumes verdes, que por acaso adoro. Dentro em breve outros pratos por aqui e pelo estreito passarão, porque sim, eu sou também sou um bom garfo!

Nota 3: treinar junto ao mar é... navegar nas ondas e voar nas asas das gaivotas. É respirar vida!Nota 4: hoje não senti a falta do meu pai. Estivemos juntos! Como devemos estar e enquanto nos for possível.Nota 5: Amanhã há prova!!!

Nota 6: uma de 50 euros, pode ser?

sexta-feira, 26 de março de 2010

A dieta e o treino ou A continuação do trabalho

Não sou menina de ficar satisfeita com um iogurte e uma fatia de maçã ao jantar. Nem me sinto inchada por comer duas ervilhas quando consideraria mais que razoável e suficiente a quantidade de uma única bolinha verde. Tenho de comer! A saciedade física é essencial para a emocional. E vice-versa. Uma sem a outra não existe harmonia. Esta coisa de nos alimentarmos como se déssemos gasóleo ao carro tem muito que se lhe diga. Comer vai muito além do acto de matar a fome para nos mantermos vivos. Um mundo a descobrir, aparentemente simples, mas muito, mesmo muito complexo. E não fosse assim o ser humano: complexo por natureza.

Sou uma mulher de alimento. De muito alimento. Preciso de encher a barriga. O mal muitas vezes é que procuro preencher outros espaços vazios para além do corpo, com comida, quando esta já seria mais do que a necessária para o corpo. E depois... o resultado está à vista. Cresce a barriga e não só. E os outros, os espaços vazios, apesar de entupida em comida, continuam indiferentes à invasão e permanecem vazios.

Quase quatro anos de blogue com temas repetitivos. O peso, a falta de treinos, de motivação, de tempo, etc etc... os dilemas de amor, da falta dele, da força dele, dos sonhos e desejos, enfim... um desfilar de mágoas, pieguices e lamúrias a roçar o enjoo com fortes náuseas a ameaçar o vómito. Já deve cansar! Nem sei como ainda alguém me lê. (Mas alguém lê? - hoje estou optimista)

Lá vem outra vez a comida, as ambições de algo que parece sempre inalcançável, as dificuldades repetidas, engrandecidas até ao endeusamento como se fossem de exclusiva utilização e a tornassem a menina mais infeliz do mundo. Até enjoa. Juro que enjoa. Até a mim.

Pois bem, ainda assim, correndo o risco de ser assim vista - um vómito - (mas o risco de nos verem desta ou de outra forma, é permanente e perfeitamente mutável consoante o receptor), eu ainda cá ando. Correndo riscos.

Uma diferença é que desta vez eu acredito. E quero muito! Vou-me preparar para correr a Meia Maratona do Douro Vinhateiro e vou perder cerca de (é difícil ser exacta) 9 quilos até lá (23 Maio).

Mais alguém acredita? Mas será preciso desde que EU acredite?

E que fiz hoje para isso? Para chegar lá? Sim! Porque isto não é só desejar e vir escrever para o blogue que estamos e somos muito firmes e fortes e seguros de nós, para além de verdadeiros guerreiros lutadores. Há que agir. E hoje foi assim:

Despertador toca às 5:00Hrs, após pouco mais de cinco horas de sono (ohhhh, pobrezinha, não sentem peninha dela? A vida é tão dura para a pequena...) Mas ela acredita que virão dias melhores, (apesar destes - dias - serem BEM BONS!) pois dizem que a Esperança é a útima a morrer, mas ela pensa e repensa e vai supor se morre ela antes da Esperança?! Logo lhe assalta outra frase feita: "Enquanto há vida há Esperança". Entretanto dentro dela guerreiros lutam por vidas opostas. Lutam em silêncio. Num silêncio insuportável. Levantam-se e derrubam-se muros, tão depressa sólidos como se alteram rapidamente para folhas de papel frágil, molhado pela chuva e desfeitos no solo. Posto isto, faz uma pausa na inútil meditação, e igualmente inútil luta, pára com aquilo, salta da cama, equipa-se e sai para a rua para correr.

O ar frio da praticamente ainda noite acorda-a da dormência de ansiolíticos e antidepressivos. Nunca pensara tornar-se uma toxicodependente aos 41 anos de idade.

Ligou o cronómetro e correu.

De novo, apenas um terço de uma Meia Maratona:

7 Km em 42m09s, média de 6min/km

Em cima: a foto do fausto jantar de ontem, bem regado com bom azeite que não dispenso de forma alguma!

NOTAS:


nota 1 : a Alimentção vai óptima: saudável, variada, em quantidade moderada e evitando alimentos muito calóricos

nota 2: Não se emagrece a passar fome! Eu como! Bem! Muito bem! Melhor do que quando ando a engordar! Juro! Juro mesmo! E juro porque simplesmente é a Verdade, e um Aquariano que se preze não mente! (a não se que seja mesmo preciso...)

nota 3: amanhã é dia de pesagem


nota 4: o exercício ainda não entrou nos eixos, anda curto e preguiçoso... pouco frequente, pouco intenso... de fraca duração... como se pode ver neste blogue pois está todo cá, mas isto vai com calma, apesar de já não ter muito tempo para ter assim tanta calma...

nota 5: Fecho a semana. A partir de amanhã faltam apenas 8 semanas para a Meia Maratona do Douro Vinhateiro. Obrigatória e voluntariamente, a postura em relação aos treinos vai ter de ser outra!

domingo, 21 de março de 2010

O Futuro e o Presente, e O Treino sozinha

Ouvi algures qualquer coisa como (que adaptei livremente ao meu pensamento):

"...passamos a vida a pensar e a preocupar-nos com o futuro dos nossos filhos, como serão e o que serão no futuro, fazendo nós hoje tudo para que esse futuro seja o melhor e os nossos filhos se tornem nos indivíduos de maior sucesso, seja lá o que sucesso signifique para cada um de nós! Que sejam "alguém"! Em nada censurável esta preocupação. Pena é, que absorvidos por ela, alheados da vida, que passa a cada segundo, esquecemo-nos no entanto, que hoje, no presente, os nossos filhos já são "alguém", e vivem hoje precisamente, no presente, e não no futuro."

Não que fosse alguma coisa que já não soubesse, mas hoje dei mesmo prioridade ao presente (em vez de ir tirar fotos para a Meia Maratona da Ponte), e passei uma manhã extraordinária. Tão simples e tão especial. Porque a minha filha está a crescer. E a viver. Hoje.














Há tempo para tudo. Dizem. E é quase verdade. Saber gerir o tempo, e sobrará sempre tempo para o essencial, mesmo que falte para lavar janelas, passar a roupa, lavar o chão e outras coisas mais. Não pode é faltar o tempo para amar! Se não o temos para amar, alguma coisa estará mal na nossa vida.

E hoje, fim de tarde, a futura ex-gorda, saiu para correr. Não sei se a viram, mas ela saiu e correu. Foi sozinha. Para a estrada, para gastar menos tempo. Sentiu a falta do pai. Muita. Se pudesse o tinha levado no bolso, às costas, ao colo, às cavalitas! Como sentiu a falta da pai... Mas as condições não se proporcionavam. Saiu de casa a correr, correu a correr e voltou para casa a correr. Mesmo a correr, gorda, pesada e cansada, ela correu. Cerca de um terço de uma Meia Maratona, apenas. Cansada... sentiu-se muito cansada. Nada de anormal ou importante portanto.

O importante é que se deu início ao trabalho. Ao trabalho para atingir os objectivos.

Correu: 7,010 Km em 0h46m46s média de 6m40s / Km

Até amanhã querido diário

sábado, 20 de março de 2010

9 semanas... e ... Gorda!

Faltam ainda (ou apenas?) 9 semanas para a 5ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro.

Nunca pesei tanto (69,1 Kg), se não consideramos os 70 kg alcançados no período da adolescência, já lá vão mais de 20 anos.

Hora de parar! Por este caminho daqui a pouco terei dificuldade em caber nas portas... e de muitas outras coisas, claro! Por mais belo que seja o sorriso, ele se perde num rosto de lua-cheia e os olhos, já de si pequenos, se mirram sob a carne em excesso da cara. A roupa então.... torna-se minúscula, e o que quer que vista, sobra carne, carne, carne aos montes, como porco pronto para a matança!Criação de objectivos para estas nove semanas:

1) perder 9,1 quilos até à data da Meia Maratona (23 Maio), chegando aos 60 Kg.

2) preparar-me para conseguir fazer a Meia a correr. De preferência em menos que duas (sim, DUAS!!) horas.


É que há circunstâncias e circunstâncias! E estas "ambições" e objectivos estão perfeitamente de acordo e de forma sensata com as actuais circunstâncias. Tanto a perda de peso pretendida como a preparação para a distância num tempo de 2 horas, são ambições razoáveis e perfeitamente alcançáveis desde que trabalhe para elas! Desde que trabalhe para elas...

Bem... hoje não trabalhei... Mas a partir de amanhã, vão ver! (promessa de político?)

Até amanhã, e se tiverem paciência e ainda acreditarem, cá vos espero para verem. Verem... a gorda a correr! Eu? Eu acredito!

quarta-feira, 17 de março de 2010

O Encontro e a Corrida das Lezírias 2010

O Encontro / O Homem e a Besta / A Besta e o Animal / A Corrida das Lezírias

“É erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos, a vontade vence-os.”

Alexandre Herculano

Cenário 1:

Sem Treinos (mesmo!)
Sem Vontade
Sem Esperança
Sem Amor
Com um ténue desejo apenas

Cenário 2:

Sem Treinos (mesmo!)
Com Vontade
Com Esperança
Com Amor
Com desejo ardente


Acordou. Outro dia em que acordou. Fixou a parede branca e ficou imóvel. Segundos. Minutos. Longos minutos a correr e ela sem se mexer. Como se a sua imobilidade parasse o mundo e nada se movesse, e a vida fosse adiada. Uma prova em que estava inscrita. A Corrida das Lezírias. Confrontou as duas dentro de si, opondo-as uma à outra, obrigando-as a olharem-se de frente, bem dentro dos olhos uma da outra, onde se deslumbravam dois mundos bem distintos, e após desgrenhada luta, escolheu o cenário. Cerca de uma hora depois estava em Vila Franca de Xira. Entre amigos. Para viver uma manhã feliz.

A Corrida das Lezírias

Escrever sobre a Corrida das Lezírias é escrever acerca de cerca de 1500 atletas, indivíduos coloridos que enchem as artérias da cidade taurina, as percorrem para logo sair da mesma, pela ponte em direcção a Sul e se infiltrarem pelas Lezírias dentro. Caminhos de terra batida, pedras e vegetação, e pousar os olhos no campo enquanto as pernas correm e o coração bate no peito. É procurar os cavalos e os cavalos sermos nós. Sem a dignidade e a nobreza. Somos apenas humanos errantes. A correr em busca de nós. Eu. Cada um conta uma história. A sua. Nas Lezírias. Esta é a minha. É perder o olhar nos campos, ora verdes ora completamente brancos cobertos de margaridas. É inspirar a vida mais do que em qualquer outro lugar. Mesmo que digam que sim, isso poderia ser dito de qualquer outra corrida, mas não, não pode. Ali há o Tejo a correr ao nosso lado. Há o campo, os cavalos, os touros. Corrida inigualável. Como tantas afinal.

Escalões jovens têm também provas adequadas às suas idades, o que dá à manhã um movimento, brilho e alegria continuada.

Mariana Mota, vencedora no seu escalão. Haverá sorriso mais bonito que este? Muitos Parabéns Mariana, pela prova e pelo sorriso. Parabéns também ao mano, Luís Mota, que sei que também venceu o seu escalão e certamente presenteou todos com um sorriso igualmente bonito!

Decorre também uma caminhada. Animação antes da prova, com incentivo ao aquecimento ainda esquecido por tantos, apesar da sua real importância.

A cargo da Xistarca o apoio técnico, a prova não revelou irregularidades ou reparos significativos.
Controlo por chip. Partida a horas. Trânsito cortado. Logística organizada. Massagem no final. Classificações disponibilizadas rapidamente.

Prémios de presença, t-shirt em material supostamente indicado para a prática do exercício físico, saco e água.

Cada vez ligo menos aos prémios materiais, visíveis e palpáveis. Cada vez absorvo mais, com sofreguidão, o essencial, o invisível para os olhos, mas claro como água para o coração. E a Corrida das Lezírias é das que melhores e mais valiosos prémios me dá. A mim. Porque os valores não são iguais para todos, como é natural.

Os campinos, trajados a rigor sobre cavalos brancos em vários pontos da prova são uma imagem inapagável e já indissociável da prova.

A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira está de parabéns por esta Corrida, que nesta edição, uma vez mais se solidificou como uma corrida de qualidade, do agrado se não de todos, certamente da maioria. Sempre que possa, é corrida que não quero perder.




E depois, depois de ter ganho Vontade, essa mesma Vontade se reforça. E parto, em cada dia volto a acordar e há sempre uma partida em cada manhã, cada vez que abro os olhos. Só é preciso é escolher o cenário certo.



Partida. Mesmo, mesmo da cauda do pelotão, como se vê:


Ao lado do Tejo:

Pertinho da meta, com o amigo António Pinho, cansado dos Trilhos e apanhado a meio da prova, e com o chefe da equipa, que me acompanhou a prova toda:

Meta cortada. Com o meu amigo Fernando Oliveira, a quem muito devo, mesmo talvez sem ele se dar conta:
A tentar tirar o chip, e surpreendida pelo meu amigo Carlos Viana Rodrigues:
A minha equipa, amigos, entre os quais me sinto muito bem - Clube do Sargento da Armada:
António Melro, meu pai, peça fundamental para a manhã se e me completar:
A tirar fotos, passear, conversar e convier, num ambiente que descobriu tarde mas que ainda assim o cativou, surpreendeu e surpreendeu-nos a nós, quando com mais de 60 anos se iniciou nas corridas, depois de uma vida de alcoolismo e solidão. A mostrar que nunca é tarde. E que há sempre algo para dar, para receber, para aprender e para ensinar.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Corrida das Lezírias 2010

Estive lá. Alinhei na partida, corri e cheguei à meta. Com Fernando Oliveira e António Pinho:
Marcava o cronómetro 1h29m17s para os 15 Km anunciados como certificados e para os 14.790 metros que o meu Garmin registou... (terei eu cortado caminho???)


Reportagem fotográfica alargada em:
AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras

Resultados em : XISTARCA
Sobre esta mesma prova, Maria Sem Frio Nem Casa, no seu melhor e também no pior, mais tarde neste mesmo sítio...
Beijinhos (hoje apetece-me beijar o mundo...)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sem treinos... ainda

Aninhada na cama vazia, sob os vários, macios e espessos cobertores e sobre uma poça de sangue espesso também, envolta no seu próprio calor e humidade, joelhos junto ao queixo abraçados e puxados com firmeza contra o seu próprio corpo, amachucando o ventre inchado, com os braços gordos deformados que não a deixam desdobrar ou mexer, ela imóvel, medita. Medita sobre o seu corpo disforme, grotesco, inútil e vazio e ao mesmo tempo enorme, vasto, gigantesco, exagerado e desproporcionado. No entanto completamente inútil, estéril, impotente e incapaz de gerar vida.

O instinto animal da procriação, instinto maternal, de novo acordado, fora afinal abruptamente reenviado para o vazio, onde sempre estivera, o lugar onde os sonhos dormem, até morrerem enterrados com falta de sol, de ar e de luz, ou até serem despertados por um beijo do príncipe.

Maltrata o corpo, chocoteia-o, inflige-o com castigos, pune-o com toda a espécie de maltratos, afoga-o, submerge-o ocultando-o, corta-o na tentativa inútil de o purgar, suportando com prazer mórbido o ardor provocado pela lâmina a deslizar sobre a pele, cortando-a e libertando sangue vermelho vivo que escorre livremente pelos braços até atingir a cama onde se entranha absorvido pelo lençol branco, bate-lhe com murros infligidos pelas suas próprias mãos até as dores físicas a fazerem esquecer as outras, ofendendo-o com palavrões que chocariam até os ouvidos mais rudes e habituados a uma linguagem pouco própria, e não dorme. Medita. Pensa. Alimenta a dor. Pensa até pensar se tornar insuportável e lhe parecer que vai elouquecer. Não dorme. Busca na gaveta os comprimidos. Eles ganham sempre. Abre a caixa, e de mãos trémulas já sem dúvidas agora, tira do blister um, dois, três… mais um, quatro. Será o suficiente para a adormecer com brevidade. E continuar “adormecida” até depois de acordar, umas boas horas mais tarde. Faz isso com frequência. Até um dia não acordar, esvaída em sangue. Apesar de ter perfeita consciência do risco que corre, não se importa. Não se importa rigorosamente nada!

A Maria tem pena dela. E com o seu corpo também disforme e dolorosamente gordo, compreende-a. Muito bem. Demasiado e perfeitamente bem. E não sabe o que fazer para a ajudar. Abraça a filha e adormece com ela, como quando ela era uma bébé, morninha e tenrinha. A sorte que a Maria tem! Só porque é mãe e tem um precioso tesouro entre os braços. A manhã chega e mais uma vez desliga o despertador que a deveria ter acordado mais cedo para ir treinar, e em vez disso, fica na cama até à última da hora para depois sim, acordar e se despachar a correr, mais uma vez… sem correr.

Até amanhã querido diário, ou depois de amanhã talvez...

domingo, 7 de março de 2010

Dar Sopa!

Sim sim, era para ter ido correr numa prova qualquer. Pois era. E a prova, como todas, não era uma prova qualquer, era aquela a que eu ia. Onde estava o meu clube, colegas e amigos. E eu.

Era o Grande Prémio de Atletismo da Charneca da Caparica. Não fui. Desculpas, razões, argumentos, como aqueles que se ouvem nas partidas das provas para antecipadamente se auto justificar um mau resultado adivinhado, como lesões, falta de tempo, falta de treinos, falta de descanso, etc. etc. etc. e um sem rol de razões que interessam a cada um e a mais nenhum, mas ainda assim os atletas insistem em fazer desfilar dores e tormentos na hora da partida, eu, neste caso, nem cheguei à partida e não vou "desculpar-me". Não fui, porque simplesmente assim decidi. Razões? Guardo-as para mim, pois hoje não me apetece apelar ao vulgar e pseudo apoio nestes e noutros casos.

Simplesmente, à semelhança do que tenho feito nos últimos meses (anos??), nesta semana que passou, dei sopa nos treinos, dei sopa nos cuidados alimentares, e para não destoar dei sopa na prova.

Sopa, dei também ao corpo, que se a cabeça não se põe a pau, depressa deixará de ser corpo para passar a ser bola.

E como descobri há pouco o prazer de cozinhar, apetece-me hoje partilhar a Sopa que me dei:

Água
Sal
Nabo
Batata
Cebola
Cenoura
Abóbora
Coentros
Couve
Azeite

1) Lave e prepare/corte a batata, o nabo, a abóbora, a cebola e os coentros; coza tudo em água e sal:
2) Depois de cozidos, triture tudo:
3) Adicione já cortados, nabo, abóbora e couve:
4) Adicione um fio de azeite:
5) Leve a cozer e ... está pronta:

Se ficou boa? Ficou. Ficou pois! Até a minha filha gostou, o que é difícil... por isso...

Até amanhã ou depois querido diário