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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Trail do Monte Florido, o meu Trail Longo

Realizou-se hoje, 24 de Maio de 2015, o Trail do Monte Florido, com partida e chegada a Santo Antão do Tojal, percorrendo serras e estradas saloias.

Prova com organização a cargo do Terras de Aventura , e apoio de entidades locais, nomeadamente a União de Freguesias de Santo Antão e São Julião do Tojal e também da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada.

A prova decorreu de forma razoável e poderia ter decorrido de forma exemplar se umas determinadas nódoas, facilmente  evitáveis e que já não deveriam cair num pano de uma organização experiente como o é a Terras de Aventura.

Inscrevi-me para o Trail Longo, à taxa mais baixa de valor de inscrição e paguei EUR 9,00.

Prometiam um Trail de sensivelmente 20 km, outro de 10 km e uma Caminhada.

A prova é naquela que posso chamar a minha terra, pois é a terra de meus pais e avós e onde cresci até aos 6 anos de idade e de onde tenho muitas memórias e histórias. 

Confesso que acarinhei de imediato a iniciativa e todos os esforços fiz para a sua divulgação e angariação de participantes.

A entrega de dorsais estaria prevista, para além do próprio dia da prova, também para a véspera, o que facilitaria a vida à organização e aos atletas, mas depois de hora e meia da abertura do secretariado na véspera, os dorsais ainda não tinham chegado.

Restou-nos dar a viagem como perdida, assim como a nossa intenção de facilitar o trabalho da organização para além de nosso próprio comodismo, e guardar a tarefa para o dia da prova.

Assim, no dia da prova, lá estávamos no local anunciado para a entrega do dorsais (Palácio dos Arcebispos) mas espantosamente o local estava deserto e não voltássemos à Junta de Freguesia e até esta hora estaríamos a aguardar os dorsais no local anunciado.

Dorsais levantados, com fila considerável e acabou por não se verificar qualquer controlo de partida para os atletas, conforme estava anunciado para as 9:00hrs, e não se cumpriu qualquer horário de partida anunciado.

Partida dada e encontra-se um percurso muito bem marcado com fitas e setas no chão.

Há mais asfalto do que eu gostaria mas as serras preenchem perfeitamente o espírito do Trail.

Há vários membros da organização pelo caminho, a dar indicações, conselhos e ânimo, assim como bombeiros e um óptimo policiamento nos pontos em que tínhamos de atravessar estradas, pelo que considero a prova bastante segura em relação ao trânsito, considerando que eram vários os contactos com o tráfego.


A prova era gerida em modo de semi-auto-suficiência, havendo no entanto anunciados 2 postos de abastecimentos líquidos para o Trail Longo. Se o primeiro estava impecável, com água a copo, podendo-se repetir, já o segundo surpreendeu positivamente pelas saborosas laranjas, mas negativamente pela ausência de água, para alguns atletas da cauda da Corrida. Foi-nos dito que já aí vinha, e veio em um minuto para mim que tinha chegado há pouco e sou uma rapariga de sorte. Outros houve que viram a água por um canudo e das duas uma: ou se sentavam num pedra à sombra à espera da água ou seguiam. E alguns seguiram. Sem a prometida e anunciada água. Mas com laranjas!

Membros da organização sempre presentes em vários pontos. Sempre as marcações excelentes, mesmo para atletas que se viram sozinhos na serra e distraídos como eu, não tinham grandes hipóteses de se perder.

É-me oferecida água mais à frente, num não anunciado e provavelmente improvisado posto de abastecimento, o que muito agradeci, embora tenha sido umas das que apanhou água na reposição da mesma no 2º posto.

Até me reabasteceram a minha própria garrafa, num gesto de cuidado e atenção, o que muito apreciei e agradeço àqueles bombeiros e membros da organização.

O calor é imenso, apesar da brisa do alto da serra. A paisagem é espectacular e a vista esplêndida sobre o vale do Tejo.

Há estradões soalheiros, caminhos e trilhos sob a sombras das árvores, pedras e verde, muito verde. Muitas flores a darem o nome ao Trail: Florido. Palha e ervas. E depois demasiado asfalto. Preferia bastante menos. Ainda assim é um Trail bonito. A repetir, em Corrida ou em treino, que descobri com esta prova.

A aqueduto, um chafariz e os tanques públicos, onde a minha avó tanta roupa lavou abrem-nos o caminho para a meta. 

A meta, de novo no largo do belíssimo Palácio dos Arcebispos, de onde também tinha sido dada a partida, aguarda-nos.

Meta cortada, e de novo uma mesa com belíssimas laranjas e diversos bolinhos. Onde têm a água? Pergunto ansiosa e sequiosa (é que eu meto muita água), mas a resposta é seca e curta: não temos, acabou-se. 

Resta-me o meu próprio abastecimento que tinha no carro que por sorte estava próximo. E a situação salvou-se para o meu lado.

Água. Água num Trail que teve mais de 22 Km, (quando eram anunciados 20), no mês de Maio, não pode ter falta de água. Nem mesmo quando a prova é em semi autosuficiência, os abastecimentos de água anunciados, assim como no final, simplesmente não podem falhar.  E a organização falhou. Apesar da boa vontade e cooperação de bombeiros e diversos elementos da organização pelo caminho. Esta falha não podia ter acontecido. Mas aconteceu. Uma nódoa que era escusada e que manchou este Trail na minha terra.

Os prémios de presença foram uma t-shirt "técnica" e ironicamente um bidão para água, que nos foi dado junto com o dorsal. Não faltaram os necessários alfinetes, nem os banhos no final, no Pavilhão Desportivo cá da terra.

Prémios para os primeiros da geral e por escalão: medalhas e troféus. 

Gostei do Trail, mas esta conversa da água teria sido tão facilmente evitável...e é pena.


A minha Corrida: 

Confesso que estava muito ansiosa, fosse lá porque era na "minha" terra, fosse porque tinha convencido amigos a participar pela primeira vez numa caminhada organizada e paga e não queria que nada lhes corresse mal.

A prova correu-lhes muito bem a eles e também a mim, não fosse o episódio da água. De qualquer forma, correu-me bem. Muitas dores nas pernas nas subidas, obrigando-me a caminhar e não sem dificuldade, e depois já cansadas as pernas, pouca força nos planos e até nas descidas. A sentir que devia e queria ter mais preparação para este tipo de Corrida que adoro. 

Conhecia praticamente a primeira parte do percurso e gosto dele. Já a segunda parte oferece-nos muito asfalto e o desnível não deu tréguas. Estou com uma dor de pernas que nem vos conto. Isto quer agora é...continuação! E mais treino e novo Trail à vista um dia destes.

Parte da prova sozinha e outra parte praticamente sempre com a Paula, que já só perto na meta, ficamos a perceber que afinal a vida já nos tinha juntado há uns anos, quando a levei à Maratona do Porto nos autocarros que a Runporto disponibiliza e para os quais se começam a aceitar inscrições dentro de dias.

Acabámos juntas, também porque a dada altura ela achou que estava perdida e voltou para trás, reencontrando-me e desde aí sim, fomos sempre juntas até à meta.

Distância marcada pelo meu Garmin: 22,190 Km, distância essa percorrida em 2h56m45s.

Fui o 57º atleta a chegar à meta de um total de 71 que fizeram o Trail Longo.

Os meus caminheiros estão bem e o meu pai também, de máquina em punho. Só posso sorrir em passos tão largos quanto as minhas forças permitem, para a meta e pensar na preparação para a próxima.

Algumas imagens:


Com as minhas caminheiras:


 Com o António Pinho e a minha Ana:
 A espera para a Partida:
A continuação da espera: 
Prontos para a Partida:
Partida dada: 
 As caminheiras:

Já passaram todos e por aqui voltarão para a Meta:

Já falta pouco (salvo seja!):


A caminho da Meta, com a Paula:

E é hora de ir embora: 


Mais fotos em:

Pelo meu pai, António Melro, na AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras, aqui 

Do Praticante, aqui

5 comentários:

Corre Piolha Corre disse...

Por incrível que pareça não fui a este trail porque já tinha ido a um em que a organização era a mesma e a coisa não correu bem. Faltou água e faltou também alguma criatividade no percurso...

Mas ainda bem que a tua prova correu bem :) Fantástico!! :)
Fica aqui mais uma para registo :)
Venha a próxima!! :)

Carlos Cardoso disse...

Parabéns pela prova! Essa da água é que não lembra o diabo ... acho que é das poucas coisa que nunca pode falhar.
Beijinhos

Anónimo disse...

Olá Ana,

Pois é por vezes existe uma certa descoordenação entre o pessoal das organizaçoões e as coisas não correm como deviam...mas os trails são assim, cheios de altos e baixos. Para a próxima já sabes, não vais, se fores levas um garrafão de 5 litros às costas...
tu aguentas pois tens muita força. Eu estou desconfiado que te esconderam as àguas pois sabem que tu és como uma esponja, fofinha e bebes 5 litros de uma só vez...Ah! Ah! Ah!
Bons treinos e não bebas mais de 2 litros de água por dia pois também engorda! Vai uma cevadinha?
Bjs.
Fernando Sousa

Sérgio Pontes disse...

Eu ia ter sofrido nessa prova!

"Pergunto ansiosa e sequiosa (é que eu meto muita água), mas a resposta é seca e curta: não temos, acabou-se"

Isto, como dizes e bem, é uma falha grave da organização! A hidratação é essencial

Beijinhos

S* disse...

Ufaaaa, cansei-me só de imaginar!